domingo, 15 de julho de 2012

Irmandade de São Benedito participa do 9º Arraial Afro-julino da Comunidade Jongo Dito Ribeiro


O jongo, ou caxambu, é uma dança rural diretamente associada à cultura africana no Brasil, e surgiu como forma de confraternização e resistência entre os escravos de origem bantu. A manifestação influiu fortemente na formação do samba e é parte fundamental da cultura popular brasileira. Devido à sua importância no âmbito cultural, o jongo foi declarado, em dezembro de 2005, patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O jongo é uma dança de roda que, geralmente, começa à meia-noite. Os poetas-jongueiros se desafiam por meio de versos improvisados em linguagem cifrada, os enigmáticos pontos. Para decifrá-los, é preciso muita experiência e sabedoria. Nos tempos da escravidão, a linguagem cifrada dos pontos era usada para transmitir mensagens secretas, como protestos contra o cativeiro e para combinar fugas. O ritmo é marcado com auxílio de um tambor grave, o caxambu ou tambu, e de outro mais agudo, o candogueiro. A roda pode se estender até o amanhecer, quando os jongueiros cantam para saudar o novo dia.
Na intenção de preservar e afirmar a identidade afro-brasileira, a Comunidade Dito Ribeiro promove as rodas de jongo na Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas (SP). Benedito Ribeiro levou o jongo para Campinas no início dos anos 1930. Quando faleceu, a manifestação deixou de existir como prática na cidade. Mas familiares e amigos de Dito resgataram o fenômeno. Alessandra Ribeiro, a neta de Dito, fundou o Jongo Dito Ribeiro em 2003, que se tornou Ponto de Cultura por meio do último edital do Ministério da Cultura em parceria com o Governo do Estado de São Paulo.
O Jongo Dito Ribeiro promove além das rodas de dança outras atividades culturais como oficinas, exposições, debates, exibição de filmes e almoços beneficentes com comidas típicas da cultura afro-brasileira. “Queremos recuperar a nossa história por meio do jongo, e fazer a comunidade da região se apropriar das manifestações da cultura negra”, acrescenta a vice-coordenadora da Comunidade, Vanessa Dias.
O Arraial Afro-Julino da Comunidade Jongo Dito Ribeiro é a maior festa organizada pela sociedade civil em Campinas e região, com a participação de cerca de 4000 pessoas. São 18 horas de muita alegria e comunhão, com apresentações culturais, barracas de comidas típicas juninas e artesanato. Tem jongo, samba, maracatu e outras manifestações culturais afro-brasileiras. E tudo isso na Casa de Cultura Fazenda Roseira, que está instalada na sede de uma antiga fazenda, na periferia de Campinas/SP: um lugar de luta, gestado desde 2008 por um coletivo de entidades representantes da comunidade negra de Campinas (Associação Amigas e Amigos da Fazenda Roseira e Associação do Jongo Dito Ribeiro), onde são realizadas atividades regulares e eventos relacionados à cultura afro-brasileira e à questão ambiental.  
O Arraial é caracterizado como um importante encontro de vivencia e divulgação do jongo. Por meio do canto, da dança e do batuque, em um momento de muita diversão, diálogo e encantamento, celebramos o encontro, reafirmamos o direito à cultura e somamos à resistência ao racismo e à exclusão social. 

 Irmandade de São Benedito com Alessandra Ribeiro, neta de Dito Ribeiro

Irmandade de São Benedito com Alessandra Ribeiro, neta de Dito Ribeiro, e Tio Dudu, filho de Dito Ribeiro


Mesmo com 45 minutos de atraso, conseguimos participar do terço a São Benedito, que é uma das formas de agradecimento pela proteção a Comunidade Jongo Dito Ribeiro. E todos nós da Irmandade ficamos impressionados com tamanha devoção com que o terço foi realizado, nunca em nossas vidas havíamos participado de um terço tão fervoroso como este. Se Deus quiser ano que vem voltaremos para o 10º Arraial, e levaremos mais gente para que todos possam vivenciar esse momento de devoção a São Benedito, e depois vivenciar a cultura afro que vem resistindo ao racismo e a exclusão social.
 

Fontes:
http://www.cultura.gov.br/site/2010/05/10/jongo-dito-ribeiro-valoriza-a-cultura-afro-brasileira/
http://comunidadejongoditoribeiro.blogspot.com.br/2012/06/9-arraial-afro-julino-da-comunidade.html

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Irmandade de São Benedito visita Templo de Umbanda

O documento da CNBB "A Pastoral Afro-Brasileira e os desafios no século XXI" do VII Congresso Nacional das Entidades Negras Católicas que aconteceu em Londrina no Paraná, de 09 a 12 de fevereiro deste ano. Tem um tópico importante que tem como tema "Optar pelo diálogo com outros agentes" e que diz: (...) Outros militantes do movimento negro, que também são agentes, têm outras características própias da caminhada que assumiram. São realidades de identidades e diferenças. É possível encontrar um caminho de diálogo entre esses diferentes agentes. Tal caminhada implicará no fortalecimento da mesma e diante das reinvidicações que pautam a ação em ambito maior. Aqui se faz necesário evitar o risco de ver como adversário  aquele grupo que poderia ser aliado e gastar forças tentando "atingir" este "adversário fictício" que é feito assim porque não pensa como o grupo ao qual o agente pertence. A luta fraticida enfraquece e descarecteriza o grupo enquanto as carências dos negros continuam geralndo mortes e exclusão. Vale a máxima do futebol: "Time dividido não ganha jogo".
Na opção pelo dálogo é muito importante valorizar o diálogo inter-religioso e a lutra conta a intolerância religiosa. Isto, devido a importancia que os negros dão a presença religiosa e também papel que esta pertença desempenhou na história. Aqui despota o desafio de como construir os referenciais e a metodologia do processo para que, de fato, o diálogo inter-religioso resulte em ações concretas em prol da população negra das diferentes tradições religiosas. Então o diálogo tem um valor, não só enquanto processo, mas também como real possibilidade de interferência nos resultados sonhados. É um instrumento valioso de aceitação, compreensão. Implica na capacidade de sentar na mesma roda com quem assume outra história, explicita a diferença, mas sem perder a capacidade de assumir uma caminhada em comum.

Por isso, nós da Irmandade de São Benedito fomos visitar o Templo de Umbanda Lucia Oiá e Caboclo Sete Cachoeiras, para que lutando contra a intolerância religiosa, possamos assumir uma caminhada em comum. 




domingo, 8 de julho de 2012

1ª Feiojoada da Irmandade de São Benedito


O ínicio da nossa história...


A primeira Irmandade que se formou em Itirapina foi a Irmandade de São Benedito. Um registro do Livro Tombo declara, em 1904, que essa associação já existia a cerca de dez anos, embora necessitando de ser reestruturada. Mais tarde, novo registro desse livro coloca uma nova fundação da Irmandade aos 5 de outubro de 1930, com 47 membros. Trata-se, pois, de uma revitalização da Irmandade que já, existente no início desde século, mas enfraquecida, havia se extinguido, tendo mais tarde surgindo com nova fundação.